sexta-feira, 4 de março de 2011

Nostalgia

Hoje vi fotografias. Durante boa parte do dia. Estava organizando meus milhares de Cd's que têm milhares de fotografias de uma época da qual eu sinto falta. Sinto falta da escola. Não exatamente, porque estou lá todo dia agora. Mas sinto falta de ser estudante. Sinto falta de estudar quimica com minha amiga até 3 da manhã. Não porque a gente era "caxias", mas porque a gente tinha prova no outro dia, e tinha perdido a tarde conversando. Sinto falta de me importar com coisas pequenas. Sinto falta de ir para a casa das minhas amigas, sem ter planejado isso antecipadamente. Sinto falta de ser adolescente. 

Confesso que nunca fui muito sociável. Eu definitivamente nunca fui a menina que chegava na sala, no primeiro dia de aula, e já fazia amizade com todos. Pelo contrário. Não me lembro mais da minha 5ª série, pelo simples fato de que eu não tive amigos naquele ano. Me lembro do rosto, do nome e do sobrenome da grande maioria das pessoas que estudaram comigo ou na mesma época que eu. Mas a maioria deles não se lembra nem do meu nome mais. Nunca fui popular, mas hoje compreendo que ser popular não teria sido bom para mim, e não teria me trazido aonde estou hoje. Mas, em toda a minha adolescência, duas pessoas me marcaram de forma muito especial.

Uma dessas pessoas foi a minha melhor amiga de todos os tempos. Não me lembro da 5ª série, mas com certeza me lembro da 6ª, porque foi quando conheci uma das pessoas mais especiais com as quais tive contato. Nós crescemos e começamos a trabalhar: eu, aqui; ela, no Rio de Janeiro.... De cada 100 fotos da minha adolescência, ela está em pelo menos 70. E eu me lembro de cada situação como se fosse hoje. Brigamos muito, e muitas vezes ela teve que aturar minhas loucuras, meu egoísmo, meus gritos e meus choros por motivos que ela nunca entendeu. E perdoou cada erro meu ao longo desses 7 anos. Não existem palavras para expressar o quão grata sou a ela. 

E a segunda dessas pessoas também foi o melhor amigo de todos os tempos. Meu 1º ano não teria sido o mesmo sem ele. E eu não teria crescido se não fosse por ele. Ele me lembrava o meu irmão, porque vibrava comigo a cada nota boa e a cada livro lido. Ele se preocupava comigo, sempre. E chorava cada tristeza minha,pequena ou grande. Ele era meu porto-seguro. Mas tudo ruiu quando eu errei... nunca vou me esquecer das suas palavras (tolas palavras...), porque a cada vez que vejo sua foto, eu me lembro como se fosse hoje. A nossa amizade estava tão segura quanto uma casa construída na areia estaria. 

Os dois me fizeram crescer, e estão em minha mente a cada foto nossa, e a cada adolescente que passa por mim. Os dois estiveram ao meu lado em vários momentos da minha vida, e ambos estão até hoje em meu coração. 

A diferença é que apenas uma das duas amizades resistiu ao tempo, à distância e aos problemas. A diferença é que apenas um dos dois continua fazendo diferença na minha vida, enquanto do outro, só restam lembranças. Lembranças de um passado do qual eu tenho tentado me libertar há anos. Lembranças de um passado que traz culpa, amargura e dor...

"Levanto os meus olhos para os montes e pergunto: de onde me vem o socorro? O meu socorrro vem do Senhor, que fez os céus e a terra." Salmos 121:1

Se existe dor, amargura e culpa, só existe uma pessoa que possa curá-las. E essa pessoa é Deus. É de onde me vem o socorro, e aonde eu busco o consolo para meu frágil coração. Eu não sou nada, mas Deus é tudo em mim, e é capaz de curar cada espaço vazio que existe na minha alma. 

Se você, assim como eu, tem uma ferida que não consegue deixar para trás, peça a Deus que preencha os espaços vazios com a presença dele. Deus é tão maravilhoso! Acredite no Seu poder e na Sua fidelidade! 

Por aqui me despeço, mais leve e bem menos desesperançosa! Deus é mesmo incrível!

Fui.

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