Sabe aquele momento em que você está confuso e frustrado, entra no ônibus, liga seu iPod (ou o que quer que você tenha), coloca na opção de músicas aleatórias e de repente se vê em um momento em que todas as confusões ficam claras como água? Então, isso aconteceu comigo hoje. É aquele momento perfeito em que nos sentimos à sós com Deus, em um lugar lotado. Lotado mesmo. Aquele momento em que milagrosamente nos sentimos em paz.
Claro que esse processo todo inclui algumas etapas. Primeiro, a frustração. E para se sentir frustrado, você precisa pensar em algo que não vai bem. O segundo passo é a inquietação. Ansiedade. Nervosismo. E o terceiro passo na verdade é uma escolha. Ou você se entrega à auto-comiseração e se deixa pensar no quão coitado você é por ter uma vida tão difícil; ou você reflete racionalmente no que está acontecendo, se arrepende e pensa no que fazer para melhorar. A diferença é a seguinte: no livro A Ditadura da Beleza e a revolução das mulheres, de Augusto Cury, li algo muito interessante hoje. O psiquiatra diz à sua paciente: "Não tenha medo de entrar em contato com suas falhas, mas tenha cuidado, pois a culpa destrói ou constrói. Se a dose da culpa for pequena, ela nos estimula a refletir ou corrigir as rotas, mas, se for intensa, bloqueia a inteligência e promove a depressão." Na primeira opção desse terceiro passo, pensamos no que fizemos e corrigimos o que está errado. Usamos a razão. Na segunda, paramos no que fizemos. Usamos as emoções. E pronto. A depressão vem logo em seguida.
Enfim, deixe-me explicar o que aconteceu comigo hoje. Na verdade, foi uma semana de lutas. Foi uma semana de falta de domínio próprio, irresponsabilidade e escolhas erradas. Foi uma semana frustrante. Fracassada. PERDIDA. Me pesei na Terça. Engordei. Não disse nada. Não fiz nada. Mas dentro de mim, dei lugar à tristeza e hoje me dei conta que pensei exatamente o que luto tanto para não pensar: "ah, já que eu não emagreci mesmo, vou dar uma relaxada essa semana." Eu deliberadamente ESCOLHI que, por essa semana, deixaria pra lá. Iria descansar (só que não). E hoje, Quinta-feira, tudo me veio como uma bomba. Todas essas verdades me encontraram logo que acordei. Lutei com elas o dia inteiro. Fiquei frustrada, dei vazão à pensamentos que não são verdadeiros: Eu sou um fracasso. Eu nasci para ser gorda. Eu nasci para desistir sempre.
Mas isso não é verdade. Eu NÃO sou um fracasso. Eu NÃO nasci para ser gorda. Eu NÃO nasci para desistir sempre. A verdade é que Deus me criou (e a todos nós), perfeita e maravilhosamente: "Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Disso tenho plena certeza. Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir." Essa passagem está em Salmos 139:13-16. Depois leiam o Salmo inteiro. Vale a pena!
Deus nos escolheu para ser exatamente como somos. Tudo que somos, fomos e seremos. Deus sabe todos os nossos dias. Deus sabe de todas as formas nas quais precisamos ser transformados, e sabe até quando nos transformar. Deus nos conhece melhor (muito melhor) do que conhecemos nós mesmos. E é para esse Deus maravilhoso que quero viver minha vida!
Não quero em momento algum falar sobre algo que não pretendo viver. Também não quero dar desculpas. Mas a verdade é que perseverar é algo difícil. Mais do que eu imaginava. Quando se começa qualquer projeto, tudo são flores. A vontade de fazer exercícios existe, e fica mais fácil comer melhor do que se imaginava. Mas à medida que os dias passam, a esteira adquire cara de monstro e o alface fica amargo. E é nessa hora que a decisão tem que ser tomada. A decisão de não parar. De aceitar a dor. De experimentar a dor de "morrer" pela causa de Cristo. E quando o motivo pelo qual estamos fazendo é Cristo, a verdade se torna promessa, e parar não é mais uma opção. E é por Ele que estou fazendo. Não vou parar. Não vou desistir. Vou continuar nadando, igual a Dori ensinou!
Quero terminar esse texto com uma parte de uma das músicas que ouvi e que me fizeram pensar em todas essas coisas que disse. Tinha mais a dizer, mas já tem muito para refletir aqui. A música se chama What Life Would Be Like (Como a vida seria), e é de um dos músicos mais sensacionais que conheço, Big Daddy Weave: "E se eu pudesse me consertar? Talvez então eu seria livre. Eu poderia tentar ser outra pessoa muito melhor do que eu. Mas preciso me lembrar de que é quando eu estou no meu ponto mais fraco que eu vejo claramente: Ele fez o coxo andar e o mudo falar, abriu olhos que eram cegos; que o sol nasce no tempo dEle e ainda assim Ele conhece as nossas necessidades mais profundas..."
Deus é poderoso! Muito! Eu não consigo imaginar alguém que fez cada uma das bilhões de pessoas que existem, já existiram e vão existir na terra. Cada uma dessas pessoas únicas, com histórias e personalidades diferentes. Como será o Deus que criou tudo isso? E sabe qual o mais impressionante disso tudo? Deus ME conhece! Assim como Ele conhece você! E Ele quer ter um relacionamento conosco. Ele quer nos lembrar todos os dias e todos os momentos, difíceis ou alegres, que Ele nos ama, e que está pronto a nos ajudar e atender às nossas necessidades mais profundas.
E, olha, quer você admita ou não, a sua necessidade mais profunda é DEUS! Eu já aceitei essa verdade. E luto para vivê-la com minha vida. E você? Quando você vai aceitar que precisa de Deus?
"Aguardo ansiosamente e espero que em nada serei envergonhado. Pelo contrário, com toda a determinação de sempre, também agora Cristo será engrandecido em meu corpo, quer pela vida quer pela morte; porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro."
Filipenses 1:20-21 (NVI)
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